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LIVRO

sábado, 2 de janeiro de 2010

AS LAGARTAS PROCESSIONÁRIAS

AS LAGARTAS PROCESSIONÁRIAS

As lagartas processionárias são lagartas que andam em fila, elas seguem o que a da frente faz. Esse tipo de lagarta, quando está perto de um prato de comida, é capaz de andar em círculos em volta do prato, e acabar cansando e morrendo de fome, apenas pelo fato de seguir o caminho que as outras que estão na frente seguem. Se não há alguma que muda a direção e entra no prato, todas acabam morrendo de fome.
Não podemos ser uma lagarta processionária, que faz o que os outros que estão na nossa frente fazem. Não podemos andar na rotina. Deve ter alguém que tenha a coragem de mudar o rumo, claro, se esse novo rumo levar para dentro do prato de comida. Alguém precisa ter coragem de mudar a direção.
Se sempre seguirmos apenas o caminho que os outros seguem só porque sabem caminhar, podemos acabar andando em círculos, e o cansaço toma conta do corpo e o prato de comida nunca será alcançado.
Micheli da Rosa Cavalheiro. (Livro Ele me escolheu, página 28)

Deus é PÃE

Deus é Pãe!


Jesus nos ensinou a dizer “Pai Nosso”. Deus quer ser para nós um Pai e uma Mãe, e, nos diz em Mateus 7,11: “Se vocês, que são maus, sabem dar coisas boas a seus filhos, quanto mais o Pai que está no céu dará coisas boas aos que lhe pedirem”.
Como a criança que está aprendendo a andar, o pai e a mãe seguram-na pela mão para dar força, mostrando que estão junto dela. Quando a criança começa a ter confiança o pai ou a mãe (normalmente é a mãe que acompanha essa etapa da vida do filho) deixa a criança caminhar sozinha; se ela cai o pai ou a mãe ajuda-a a levantar, se ela chora o pai acalma e a encoraja a tentar novamente.
Sendo assim, Deus é Pãe, Pai e Mãe, porque tem essa sensibilidade conosco. Na minha vida Deus se mostrou muito Pai e Mãe, me incentivando a dar os passos, me segurando na mão. Quando eu caía, Ele me ajudava a levantar. Se eu chorava, me acalmava, e me dava força para novamente tentar caminhar, mesmo que muitas vezes não soubesse como andar.
Deus tem um amor tão grande por cada um, nos dá a mão, nos incentiva, nos acalma e nos dá força, mas muitas vezes não percebemos que é Ele quem faz isso.
Em um dos retiros que fizemos como discernimento, acabei dormindo na cadeira que estava sentada, em meio a muitas árvores, e sonhei que estava no colo de Jesus. Essa experiência ficou marcada de tal forma na minha vida, que me sinto tão próxima de Jesus que é como se estivesse em Seu colo.
Ele é tão Amor, que nos faz seus filhos, nos dá seu colo e nos acalma. Se você ainda não vê Jesus dessa maneira, peça a graça a Ele, se lance em Seu colo como uma criança no colo da mãe ou do Pai. Se, quando criança, você já se sentiu no colo de alguém que tanto ama, acredite que, mesmo não sendo mais criança, Deus oferece o colo para você.
Em Mateus 18, 3-4 Jesus nos pede para sermos como criança: ‘E disse: “Eu lhes garanto: se vocês não se converterem e não se tornarem como crianças, vocês nunca entrarão no Reino dos Céus. Quem se abaixa e se torna como essa criança, esse é o maior no Reino do Céu”. ’ Se conseguirmos ter a capacidade de aceitar a mensagem evangélica com a simplicidade de uma criança, conseguiremos aceitar a Palavra de Jesus em nossos corações.
No livro de Oséias 11, 3-4; 8c-9 está escrito: “E não há dúvida, fui eu que ensinei Efraim a andar, segurando-o pela mão. Mas eles não perceberam que era eu quem cuidava deles. Eu os atraí com laços de bondade, com cordas de amor. Fazia com eles como quem levanta até seu rosto uma criança; para dar-lhes de comer, eu me abaixava até eles. O meu coração salta no meu peito, as minhas entranhas se comovem dentro de mim. Não me deixarei levar pelo ardor da minha ira, não vou destruir Efraim. Eu sou Deus, e não um homem, Eu sou o Santo no meio de você, e não um inimigo devastador.”
Nessa passagem Deus mostra o seu rosto de Pai e Mãe já com o profeta Oséias. Assim também não poderá ser conosco?

Demorei muito tempo para entender que Deus é Pai, Ele não nos força a ser de uma só maneira, mas nos deixa livres para decidir o caminho. Ele nos mostra o caminho certo, mas nos dá a liberdade de escolha, pois Ele nos fez para sermos felizes.
Quando senti o chamado de Deus para ser sua serva, seu instrumento para Ele chegar a outros, pensava que Ele me queria freira, e segui durante algum tempo essa idéia. Várias vezes Ele me deu sinais de que primeiro queria que eu fosse eu mesma, mas eu estava tão cega que não entendia, não via Ele me acompanhando sempre. Assim como os discípulos de Emaús, que andavam desanimados, não tinham esperança, apenas caminhavam, eu estive desanimada e apenas caminhava. O Senhor caminhava ao meu lado, via que eu não estava feliz e me perguntava o que estava acontecendo, mas eu estava cega e apenas quando vi o sinal da partilha reconheci que Ele me acompanhava e queria que eu acreditasse na Sua ressurreição.
Se os pais daqui da Terra, que são meros humanos e falhos, sabem nos amar e querer o melhor para nós, muito mais o Pai do céu sabe nos amar e nos dar o que precisamos. Quer a nossa felicidade. Se estivermos felizes, Ele se alegra conosco, se estivermos tristes, Ele nos ajudará a dar a volta por cima.
Acredite você também que Deus é Pai, Ele nos ama como seus filhos, mas precisamos também dar amor ao nosso Pai. Ele é um Pai presente, um Pai amigo, companheiro. Só consegui ver Deus como meu Pai, quando prestei mais atenção no pai que Deus me deu aqui na terra. É um pai que me compreende, que me educa, é meu amigo, que muitas vezes precisa brigar comigo para me mostrar o melhor caminho. É um pai que me acolhe como eu sou, pois tenho o mesmo sangue que ele, sou parte de sua vida; um pai que me ama.
Se você tem um pai, mesmo que não seja do mesmo sangue, acredite que um só sangue liga você a seu pai, o sangue que Jesus derramou por cada um de nós. Por isso somos irmãos de sangue, do mesmo sangue derramado na cruz.
Micheli da Rosa Cavalheiro (Livro Ele me escolheu página 25)
Foto: Ermida dos Freis Franciscanos Guarapuava

A Pedra

Durante o tempo na Casa de Formação, Jesus me modelou com muito amor e me ensinou a me amar, me mostrou como sou importante para Ele. As palavras de Jesus me diziam que eu sou uma pérola preciosa para Deus.
Quando Ele me achou no rio da vida, eu era uma pedra que estava suja, e que precisava de lapidação, para tirar todas as impurezas que cobriam todo o meu ser, para um dia tornar-me uma pedra linda e cheia de brilho. Ele passou um bom tempo me lapidando, limpando o meu coração e mostrando que eu tenho um brilho. Antes eu me olhava no espelho e via apenas a pedra suja, a pedra que não tinha brilho nenhum, que era apenas mais uma pedra no caminho.
Deus me fez ver o brilho que há dentro de mim. Isso não é para mim um motivo de vanglória, para que eu me sinta melhor do que os outros, mas um motivo de amor por mim mesmo, e também para que eu ajude outras pessoas a acreditar que cada um é uma pedra preciosa, um diamante. Deus deu um brilho para cada um, ainda há muitas pessoas que, se sentem apenas mais uma pedra no caminho da vida.
É necessário que nos deixemos lapidar por esse Deus que nos ama e quer nos mostrar o brilho que nos deu. E, tendo consciência que somos preciosos para Deus, podemos tornar o ambiente em que vivemos um ambiente rico de paz, de amor e felicidade.
Também vejo o coração de Deus como um baú, onde guarda muitas jóias, muitas pedras preciosas. Mas esse baú não fica fechado, ele é bem aberto para que outros possam ver a riqueza que há dentro dele. Além disso, o nosso coração pode ser também um baú, onde guardamos riquezas e pedras preciosas. Se deixamos esse baú aberto, sem medo de ser roubado, o brilho pode contagiar muitos e muitos dos nossos irmãos que ainda não descobriram o brilho que há no seu interior.
Mais que um baú, o coração de Deus é uma verdadeira mina. Nós somos as pedras preciosas que estão dentro dessa mina. Na mina sempre há uma “fresta”, e dessa “fresta” emana uma luz muito forte, esta luz convida outros a conhecer a mina.
Talvez você já tenha conhecido alguém que emana um brilho que pode não ser denominado, este brilho, certamente, vem de Deus.
Houve uma época da minha vida que me senti como uma pedra. Apenas uma pedra que estava no caminho da vida. Uma pedra que não servia para nada. Uma pedra de tropeço na vida de muitos.
Lendo uma passagem que falava sobre Pedro, em João 1, 42: ‘Jesus olhou bem para Simão e disse: “Você é Simão, o filho de João. Você vai se chamar Cefas” (que quer dizer Pedra)’. Jesus escolheu para continuar sua missão, um simples pescador. Para esse homem Jesus deu o nome de Pedro, Pedra. Pedro foi um chefe de pescadores, foi o Apóstolo de Jesus que O negou três vezes, que foi fraco em muitos momentos, mas que foi forte em muitos outros. Esse homem foi o escolhido por Deus para evangelizar.
Olhando para Pedro vejo a humanidade de um seguidor de Jesus, o homem que realiza milagres. Pedro segue Jesus, mas na hora de assumir o seguimento, simplesmente faz de conta que não conhece o seu Mestre, por medo de também ser entregue e morto como Jesus. Mais tarde, comecei a analisar a pessoa de Pedro de uma forma diferente; vi que, talvez o medo que Pedro teve e que o levou a negar Jesus, foi depois coragem, e a fraqueza se tornou força, pois Ele foi o cabeça do grupo de Apóstolos escolhidos por Jesus, já que Pedro é considerado o primeiro Papa da Igreja Católica.
Talvez, em muitos momentos de nossa vida fomos e somos como Pedro, com muito medo de sofrer as conseqüências de um seguimento, mas quando o nosso amor por Jesus é maior aprendemos a ser fortes e corajosos, pois Jesus caminha conosco mesmo não estando mais presente como pessoa humana.
Pode ser que no caminho você tenha encontrado muitas pedras. Eu também encontrei muitas pedras. Muitas vezes, enquanto caminhava, a distração tomou conta de mim, e acabei tropeçando e caindo sobre as pedras, mas percebi que só elas estavam na minha frente e que só nelas podia me apoiar para levantar.
Que tal se um dia, quando encontrarmos pedras, soubéssemos acolhê-las para construir um castelo? Uma casa de pedra é muito mais difícil de o vento jogar no chão.
Peçamos à Deus a graça de um dia conseguirmos usar as pedras do caminho para construir um castelo, e nesse castelo quem reina é Jesus. E para que saibamos ser fortes mesmo na fraqueza, assim como Pedro, o seu escolhido, evangelizando com a certeza de que Ele está no meio de nós.
Micheli da Rosa Cavalheiro (Livro Ele me escolheu página 22

A MOCHILA


A Mochila


Como já vimos nos capítulos anteriores, em dezembro de 2007 minhas colegas e eu fizemos um retiro de discernimento vocacional. Esse retiro me trouxe tanta paz que quando rezava pedia para Jesus que aquela paz que eu sentia pudesse se estender a minha família, aos meus amigos e a todas as pessoas que procuravam servir Jesus. Senti tanto amor vindo de Deus que gostaria que outras pessoas pudessem sentir tal amor.

Enviada para o deserto de oração recebi uma mochila com algumas coisas dentro: uma imagem de Jesus, Bíblia, água, e biscoitos. Abri e comecei a rezar em cima de tudo o que tinha recebido. Essa mochila trazia tudo o que eu precisava para ficar em deserto de oração: alimento para o corpo e para a alma, uma imagem de Jesus que me faz lembrar a Sua Presença Preciosa; a Palavra de Deus para sempre ouvir, praticar e levar aos outros; água para saciar a sede e para lembrar que Jesus é a fonte de Água Viva (João 4,13: “Quem bebe desta água vai ter sede de novo. Mas aquele que beber a água que eu lhe darei, vai se tornar dentro dele uma fonte de água que jorra para a vida eterna”). Esta é a água que dá vida e fortalece para o caminho; dá um lugar para descansar. E ainda, a pérola, a coisa mais valiosa, a qual me impulsiona a sempre, sempre, sempre seguir, e que me faz perceber que tenho a missão de cuidar dessa pérola, pois a minha maior riqueza é a vida que Deus me deu e, além disso, a pérola é O Senhor.
A natureza é para mim como uma ponte, que aproxima o meu coração ao coração de Deus, pois é no silêncio do coração que podemos encontrar Deus.
O alimento ensina que devo aprender e ser dócil, como Deus é, mas também que é necessário uma pitada de sal.
Até o galho que segura a mochila, eu uso para me defender. E me mostra que Deus é o galho que segura todos os “meus pertences” e que me faz segura em Deus.
A fita que amarrava a mochila, eu usei amarrada em um pedaço de madeira; quando estava no alto, me mostrava a direção que o vento estava aí eu via qual era o melhor caminho a seguir.
E os bichinhos que não desgrudavam de mim, me fizeram perceber que Deus quer estar comigo, Ele não quer desgrudar de mim, quer me tocar. Como o mosquito que ficava de “zumzumzum” no meu ouvido, me mostrava que Deus cochicha no meu ouvido, na espera que eu ouça. Ele não grita para não assustar, e cochicha para que eu faça silêncio para melhor ouvi-Lo.
Olhava os galhos das árvores, maleáveis ao vento, assim devo ser, maleável a Deus.
A porteira da chácara estava aberta, mas será que as porteiras do meu coração estavam abertas a Vontade de Deus?
Comecei a comer e pensei em como aquele biscoito foi feito, o cozinheiro misturou vários ingredientes, e assim ficou muito gostoso Quando nos unimos com outros ingredientes, o nosso alimento fica muito mais gostoso, pois cada um tem uma parte na receita.
Quando somos enviados à missão não precisamos de muita coisa, apenas dessa mochila, pois o resto o caminho nos dá.
Micheli da Rosa Cavalheiro (Livro Ele me escolheu página 20